01 Apr
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A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), uma das maiores fabricantes de aço do país, decidiu fazer novos reajustes de preços a partir de 1º de abril, depois de aumentos em índices semelhantes em janeiro e fevereiro. Os reajustes serão aplicados entre 10%, para alguns tipos de aço até 15% para aço longo (vergalhão). Folhas metálicas, usadas em embalagens diversas, terão 11,25%.

A decisão por novo reajuste, disse ao Valor o diretor executivo comercial, Luiz Fernando Martinez, se deve à soma de vários fatores — aumento dos preços no exterior (China, que serve de balizamento), câmbio do país na faixa de R$ 5,60 por dólar, preços das matérias-primas (dolarizadas), em patamar de alta e demanda firme no mercado nacional por bens fabricados com aço.

Com a atual taxa de câmbio do país, mesmo com o novo reajustes, o prêmio entre o produto local em relação ao estrangeiro internado ficará entre 2% e 5% positivo, afirma o executivo da CSN.

Segundo Martinez, o preço da bobina a quente (material de referência) na China é negociado para exportação na faixa de US$ 760 a US$ 780 a tonelada, embora o país esteja vendendo muito pouco ao exterior, priorizando o seu mercado doméstico.

Com as restrições de produção em regiões da China, como Tangshan, devido à questão de poluição do meio ambiente, houve aumento de US$ 62 a tonelada para negócios com bobina a quente e vergalhão, informa o executivo. Isso, diz, impulsiona os preços globalmente.

A avaliação é que a demanda do mercado brasileiro está em alta por vários setores — automotivo (previsão de 25% na produção de carros e 15% nas vendas em 2021), linha branca, embalagens, caminhões, máquinas e implementos agrícolas (mais 15%) e também a construção civil, que continua em alta em vários segmentos (residencial, autoconstrução e galpões logísticos).

“O mercado no Brasil já se encontra em níveis de consumo de 2013/2014. A CSN está operando com capacidade plena de produção”, afirma Martinez. De acordo com diretor, o abastecimento direto aos grandes consumidores de aço no país já está praticamente normalizado, mas admite faltas pontuais, conforme reclamações vindas da indústria de transformação.

 No entanto, sobre a recomposição de estoques nos clientes, que está quase zerada, ele diz que há desequilíbrio grande ainda e que pode levar de dois a três meses para os níveis voltarem ao que eram antes.

Foto: Usina CSN — Foto: Gabriel Borges / Divulgação / CSN

(Fonte: Valor Econômico)
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